quarta-feira, 21 de novembro de 2012

VISITA DE DOM MARCELO FREIRE A BELO HORIZONTE


VISITA DE DOM MARCELO FREIRE A BELO HORIZONTE

  

A Diocese Belo Horizonte esteve em festa nestes dias 17 e 18 de novembro de 2012.

Recebemos a visita de Dom Marcelo Freire Bispo Católico da Diocese do Rio de Janeiro.

Sua presença em Belo horizonte gerou muitas trocas de Experiências Eclesiais que enriquecerá muito as pastorais de conjunto e ainda criando mais laços estreitos entre as duas igrejas.

No dia 18/11/2012 Dom Marcelo Freire participou de uma celebração Eucaristica com Dom Eduardo Quintella, selando ainda mais os laços de fraternidade entre os dois prelados e suas igrejas.

Ao final da Celebração Eucarística Dom Marcelo Freire ministrou junto com Dom Eduardo Quintella dois batizados.

Ao findar das celebrações: Dom Marcelo participou de um almoço de confraternização. Logo após voltou pro Rio de Janeiro.


Veja Fotos Abaixo:



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

BISPOS GUARDIÕES DA VERDADE SALVÍFICA



A Revelação é um diálogo de Deus com a humanidade por meio de Sua Palavra eterna feita carne: Jesus. Este diálogo é para nos levar à vida com Deus, à vida eterna, nossa plenitude. Na própria criação, o Senhor já se manifesta pela sua amorosa providência, na eleição de Abraão, nosso Pai na fé, na aliança com Israel e na palavra dos profetas.
A Revelação deve ser acolhida com fé, com aquela abertura amorosa e disponível que atinge e engloba a pessoa como um todo. A Revelação não é um conjunto de informações para a inteligência, mas Alguém que vem ao nosso encontro e a quem devemos acolher com todo o nosso ser. No entanto, a Revelação inclui também verdades reveladas que devem ser cridas, porque foram reveladas por Deus.
Cristo, Revelação do Pai, confiou-a aos apóstolos que pregaram, viveram e, por inspiração do Espírito Santo, colocaram por escrito a mensagem salvífica. Para que essa mensagem de salvação continuasse viva na Igreja, os apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores e guardiões da verdade salvífica, contida na tradição oral e na Sagrada Escritura.
Quanto à tradição apostólica, ela abrange tudo aquilo que coopera para a vida santa do povo de Deus e para o aumento da sua fé. A tradição está, na vida e no culto da Igreja, que é guiada pelo Espírito Santo. Compete aos bispos, o discernimento da tradição apostólica, a qual vai sempre progredindo na Igreja sob a inspiração do Santo Espírito.
Ainda quanto à tradição, ela está intimamente unida à Sagrada Escritura, pois ambas dão testemunho do mesmo Cristo. Escritura e tradição devem ser recebidas e veneradas com igual reverência. Compete aos bispos, à interpretação última seja da Escritura seja da tradição: eles receberam autoridade de Cristo para isso e nesse discernimento são guiados pelo Espírito Santo.
A Escritura é toda ela inspirada por Deus, pois os seus autores escreveram por inspiração do Espírito Santo, de modo que, mesmo que cada autor dos livros bíblicos tenha seu estilo e sua visão, o autor final da Escritura é o próprio Deus e a Bíblia é realmente palavra d'Ele que nos transmite a verdade para a nossa salvação. Não se trata de verdade científica ou histórica, mas a verdade sobre o Senhor, sobre o homem e sobre o sentido da vida e do mundo.
Por isso mesmo, a interpretação correta da Palavra de Deus requer que se conheça a cultura do povo da Bíblia, a mentalidade e intenção do autor sagrado, bem como o gênero literário em que tal ou qual obra foi escrita. Uma coisa é certa: seja o simples crente, seja o estudioso erudito, deve procurar o sentido último da Escritura em Cristo e procurar interpretá-la no mesmo Espírito Santo que a inspirou e a entregou à Santa Igreja.
O Antigo Testamento é Palavra de Deus e prepara para o Cristo e, por isso, somente pode ser bem compreendido à luz de Cristo. O Novo Testamento é mais excelente que o Antigo, porque é o cumprimento em Cristo daquilo que o Antigo anunciava. Os evangelhos são de origem apostólica e contêm uma interpretação segundo a fé e inspirada pelo Espírito da vida, palavras e missão de Jesus Cristo.
A Igreja tem pelas Sagradas Escrituras como Palavra de Deus e exorta os fiéis a que se alimentem dessa Santa Palavra para o bem de sua vida espiritual e da sua vida moral. Também recorda que a Sagrada Escritura deve ser a alma da Teologia. Exorta os ministros sagrados a que preguem a Palavra, sobretudo cuidando bem das homilias na Santa Missa.
A celebração da Eucaristia é o lugar por excelência para se proclamar e escutar a Palavra de Deus, pois aí, a Palavra anunciada, que é Jesus Cristo, faz-se carne que alimenta e dá vida. A salvação anunciada na Escritura é celebrada na Páscoa Eucarística.

+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte



sábado, 10 de novembro de 2012

A Complexidade do Ser Humano Contemporâneo



Ao longo do último século, o ser humano cresceu, progrediu e se desenvolveu mais do que em todos os tempos históricos da humanidade, particularmente nos campos da ciência, tecnologia, da medicina, das artes, ofícios, infraestrutura, com a conseqüente melhoria das condições de vida na Terra.
No entanto, apesar de todo avanço alcançado pelo homem no meio social, político, econômico e cultural, a grande maioria das pessoas vive à margem da sociedade de consumo, mesmo em países desenvolvidos, vivendo na mais profunda miséria material, moral e espiritual.
Os desafios existenciais do homem contemporâneo diante do pluralismo e incertezas que permeiam nosso tecido social hoje é exatamente o que significa o homem ser humano? Podem parecer óbvias a pergunta e a resposta, mas na realidade traz consigo um desafio próprio do nosso tempo.
Diariamente nos deparamos com crianças abandonadas nas ruas, idosos em depósitos públicos, irmãos nossos chafurdados em latas de lixo procurando o que comer pessoas sem perspectivas de trabalho, moradia, saúde, condições dignas de vida.
O grande desafio e discussão são exatamente sobre os valores que nos tornam humanos. Quais são as nossas características humanas. E essa discussão, embora toque bem de perto em assuntos teológicos, na realidade deixa claro que necessitamos hoje de verdadeiros embasamentos filosóficos.
Vivendo nos grandes centros urbanos adotamos um modo de vida fundamentado na lógica material, na cultura fabricada, onde tudo passou a ser mecânico, descartável, de coisas a pessoas, gerando um estado de insatisfação permanente, mesmo diante de toda a satisfação material, provocando nas pessoas desvios de comportamento, vida solitária, egoísmo, vaidade, luxúria, processo depressivo e alienação.
Aqui se situa o futuro de nossa humanidade. Se os valores pelos quais lutamos e vivemos dependem unicamente de uma maioria que decide e não de algo muito mais profundo no ser humano, estaremos correndo sérios riscos em nossa própria dignidade humana.
Este é o grande problema da humanidade, que não quer olhar para si própria, pois o ser humano se desligou de si mesmo, tendo muito medo de ver seu interior. Vamos dizer que ele odeia a percepção do seu íntimo.
Os pensadores de hoje não podem deixar de aprofundar sobre o assunto. A universidade, que é o lugar próprio do diálogo dos saberes, deve se engajar nessa discussão. É um tema necessário e importantíssimo para a vida do homem neste planeta.
Em seu livro Tempo de transcendência, Leonardo Boff nos diz que o ser humano é um projeto infinito. Apesar da finitude ser inerente à condição humana, pois somos seres que caminhamos para a morte, o homem busca o infinito, e aí reside a dimensão da transcendência.
No dizer de Boff, somos seres de enraizamento e seres de abertura (imanência/ transcendência). A raiz nos limita porque nascemos numa determinada família, numa língua específica, com um capital limitado de inteligência, de afetividade, de amorosidade.
Esta é nossa dimensão de imanência. Mas somos simultaneamente seres de abertura, pois ninguém segura os pensamentos, ninguém amarra as emoções, ninguém é capaz de aprisionar-nos totalmente.
Esta é a nossa dimensão da transcendência que nos possibilita romper barreiras, superar os interditos, ir além de todos os limites. Nessa sociedade tão cheia de perguntas e de muitas decisões que influenciam a vida humana, uma reflexão sobre o transcendência do ser humano poderá lançar luzes sobre a nossa vida e nosso futuro. Que suscitam tantos debates éticos e morais contemporâneos, para desembocar no sentido último da existência e da realidade, à luz da fé.



+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte

sábado, 3 de novembro de 2012

EXORTAÇÃO APOSTÓLICA ECLESIAL ESCATOLÓGICA




EXORTAÇÃO APOSTÓLICA ECLESIAL ESCATOLÓGICA SOBRE A MORTE. PROFERIDA POR +DOM EDUARDO ROCHA QUINTELLA. BISPO DIOCESE BELO HORIZONTE




          Os textos sobre Jesus ressuscitado se tornam paradigma bíblico para a ressurreição do corpo. Segundo modelo desenvolvido por Paulo que estão sendo confirmado pelos relatos sobre a ressurreição de Jesus: o corpo ressuscitado não tem necessariamente a mesma forma que a do corpo antes da ressurreição.
A morte é o nascimento para novas dimensões da vida em termos metafóricos, podemos imaginar aquilo que acontece ao ser humano na morte, recorrendo ao exemplo da transformação de uma lagarta em borboleta. A morte se torna compreensível através da analogia da metamorfose de uma lagarta que transforma em borboleta.
Deus ressuscitará o ser humano inteiro, com todas as dimensões. A dimensão corporal é umas destas dimensões essenciais. A ressurreição do corpo alcança um significado mais amplo, porque abrange a pessoa humana na sua totalidade. Na morte, o corpo e, com ele, toda a história vivida dentro de um mundo não serão simplesmente deixado para trás, tornar-se-ão definitivos no sujeito pessoal.
A pessoa que morreu vive o juízo final no momento da sua morte. É neste juízo final, porém, que acontece a ressurreição do corpo. A ressurreição do corpo na morte é conseqüência lógica da dimensão do juízo final. Não só a pessoa humana, mas o cosmo na sua totalidade serão plenificados por Deus e integrados na salvação. Ressurreição do corpo significa que o homem reencontra junto a Deus não somente o seu ultimo momento, mas toda a sua história.
No momento da morte, o homem se torna definitivo. Na morte, a pessoa humana é exatamente aquela personalidade que constituiu durante a vida. Tudo contribuiu para a formação de sua pessoa. Assim, eu sou esta pessoa, eu sou no momento da minha morte, eu sou exatamente aquilo que fiz de mim no decorrer da vida.
Na morte não há mais possibilidade de fugir de si mesmo. A crença na vida pós-morte aumenta a responsabilidade diante da vida vivida. A morte põe o ser humano face a face com sua culpa, sem nenhuma possibilidade de fugir.
Na vida há possibilidade de recomeçar. Na vida há sempre nova esperança. Na morte termina, para a pessoa humana, o tempo e a sua dimensão cíclica. Na morte, o homem é aquilo que fez de si mesmo, e não há nenhuma possibilidade de refazer algo. Na morte. O homem se torna definitivo, na morte se tornam definitivos: o homem na dimensão pessoal, o homem na sua dimensão sociestrutural, o homem na sua dimensão histórica.
Na morte, o homem vive a experiência de cognição total. Na morte, o homem conhece a si mesmo. A pessoa humana abrange muitos níveis, todos estes níveis se tornarão conscientes na morte. Todo ser humano é um elemento dentro de sistema entrelaçado. Toda vida humana tem importância incrível pelo todo do sistema. Não há vida insignificante.
Deve-se preferir a vida, gostar dela, vivê-la intensamente, mas é preciso estar preparado para atravessar o túnel para a outra vida, da eternidade, da luz, da glória e da paz. Entretanto, a vida terrena do ser humano é muitas vezes interrompida, impedindo-o de prosseguir sua obra ou terminá-la. Se existe outra vida na nova realidade, certamente ele terá outra missão a cumprir.
Esta é a explicação mais lógica. É o mistério que o homem não conseguiu explicar. Entretanto, com o aperfeiçoamento espiritual, fatalmente encontrará resposta para tudo que, hoje, é impossível sua compreensão.
A religião, as ciências e as grandes descobertas convivem sincronicamente. A verdade é que cada época há de legar ao homem os sinais do passado, que marcarão para sempre sua vida e servir-lhe-ão de guia na escuridão das angústias e na cruzada do porvir. As gerações, sucedendo-se e alimentando-se umas as outras.


+Dom Eduardo Rocha Quintella
Bispo Diocese Belo Horizonte